Ana
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Deus
Conheci Deus por volta dos 6 ou 7 anos, porque antes eu o conhecia como papai do céu, e a nossa convivência durante muitos anos foi muito difícil... aquele doce papai de céu se transformou da noite para o dia numa figura castradora e autoritária.
Criada em colégios católicos Deus sempre foi minha idéia mais assustadora. A Irmã São Luís sempre dizia:_ Deus sabe tudo, Deus vê tudo que você faz, Deus castiga os pecadores...e você é uma pecadora, portanto, confesse para se redimir de seus pecados.E lá ia eu me ajoelhar no confessionário e contar ao padre meus pecados, que todas as semanas eram os mesmos, ou seja:_fui malcriada com a minha mãe, não fiz as lições de casa,falei um palavrão,fui teimosa...e minha penitência:_ ajoelhe-se, peça perdão á Deus e reze dez Ave-Maria e dez Pai Nosso,e não se deixe tentar pelo demônio, dizia o Monsenhor.
Pronto! Enfim estava salva do fogo do inferno, pelo menos naquela semana.
Deus não me dava paz... porque tudo era proibido,nada se podia fazer, porque seus olhos viam tudo de onde estava e eu em vão o procurava pelo céu, porque queria ver seus olhos a tomarem conta de tudo.Como aquilo era possível?Mas era assim... A Irmã falava e tinha que ser assim,afinal Deus devia falar com ela todos os dias.Era difícil entender porque Deus nos castigava tanto e o Diabo não estava nem aí...muito pelo contrário, ele gostava da idéia de cometermos pecados...Bom...vai ver era porque como as Irmãs diziam eles queriam levar nossas almas para o fogo do inferno.
Eu me sentia disputada pelos dois, mas, de qualquer maneira procurava andar na linha e confessar ao padre que eu era uma pecadora, porque assim eu recebia o perdão e me livrava do fogo eterno... Também não era nada fácil...uma vida só de penitências mas infelizmente não havia outro jeito.Assim,durante muito tempo Deus não se revelou para mim, ele era supremo demais para nós os simples mortais, também era muito distante e jamais se aproximava dos pecadores.
Quando minha solidão precisou de um amor sobrenatural para sará-la, lembrei de Deus, e fui procurá-lo.
Quando encontrei, Ele era um Deus maduro e generoso, que me curou por inteiro, e, como que para me separar definitivamente de todo mal, ainda me mostrou caminhos que eu não conhecia... caminhos que as Irmãs nunca nos mostraram.O Deus que hoje reconheço é doce, tolerante, compreensivo e infinitamente bom.
É Pai!
A única coisa que sinto é só ter tido a oportunidade de conhecê-lo tão mais tarde, porque o verdadeiro Deus nunca foi me apresentado e de ter aprendido a temê-lo, ao invés de amá-lo, quem sabe meus caminhos teriam começado muito antes.
Hoje...
É Ele quem me orienta e me encaminha todos os dias em cada momento.
Olhando para trás e lembrando de tantas ocasiões em que poderia ter desistido de tudo, mas não o fiz, percebo que sempre houve um clarão no fim de cada túnel, e que essa luz dava sentido a todos os aspectos e minha caminhada.
Antes, apenas, eu não sabia que a luz tinha um nome.
Hoje eu sei!
Inspirado num trecho de Maitê Proença
Criada em colégios católicos Deus sempre foi minha idéia mais assustadora. A Irmã São Luís sempre dizia:_ Deus sabe tudo, Deus vê tudo que você faz, Deus castiga os pecadores...e você é uma pecadora, portanto, confesse para se redimir de seus pecados.E lá ia eu me ajoelhar no confessionário e contar ao padre meus pecados, que todas as semanas eram os mesmos, ou seja:_fui malcriada com a minha mãe, não fiz as lições de casa,falei um palavrão,fui teimosa...e minha penitência:_ ajoelhe-se, peça perdão á Deus e reze dez Ave-Maria e dez Pai Nosso,e não se deixe tentar pelo demônio, dizia o Monsenhor.
Pronto! Enfim estava salva do fogo do inferno, pelo menos naquela semana.
Deus não me dava paz... porque tudo era proibido,nada se podia fazer, porque seus olhos viam tudo de onde estava e eu em vão o procurava pelo céu, porque queria ver seus olhos a tomarem conta de tudo.Como aquilo era possível?Mas era assim... A Irmã falava e tinha que ser assim,afinal Deus devia falar com ela todos os dias.Era difícil entender porque Deus nos castigava tanto e o Diabo não estava nem aí...muito pelo contrário, ele gostava da idéia de cometermos pecados...Bom...vai ver era porque como as Irmãs diziam eles queriam levar nossas almas para o fogo do inferno.
Eu me sentia disputada pelos dois, mas, de qualquer maneira procurava andar na linha e confessar ao padre que eu era uma pecadora, porque assim eu recebia o perdão e me livrava do fogo eterno... Também não era nada fácil...uma vida só de penitências mas infelizmente não havia outro jeito.Assim,durante muito tempo Deus não se revelou para mim, ele era supremo demais para nós os simples mortais, também era muito distante e jamais se aproximava dos pecadores.
Quando minha solidão precisou de um amor sobrenatural para sará-la, lembrei de Deus, e fui procurá-lo.
Quando encontrei, Ele era um Deus maduro e generoso, que me curou por inteiro, e, como que para me separar definitivamente de todo mal, ainda me mostrou caminhos que eu não conhecia... caminhos que as Irmãs nunca nos mostraram.O Deus que hoje reconheço é doce, tolerante, compreensivo e infinitamente bom.
É Pai!
A única coisa que sinto é só ter tido a oportunidade de conhecê-lo tão mais tarde, porque o verdadeiro Deus nunca foi me apresentado e de ter aprendido a temê-lo, ao invés de amá-lo, quem sabe meus caminhos teriam começado muito antes.
Hoje...
É Ele quem me orienta e me encaminha todos os dias em cada momento.
Olhando para trás e lembrando de tantas ocasiões em que poderia ter desistido de tudo, mas não o fiz, percebo que sempre houve um clarão no fim de cada túnel, e que essa luz dava sentido a todos os aspectos e minha caminhada.
Antes, apenas, eu não sabia que a luz tinha um nome.
Hoje eu sei!
Inspirado num trecho de Maitê Proença
domingo, 14 de agosto de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
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