Ana

Ana

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Encruzilhada

"A Encruzilhada é um lugar Sagrado.Ali o peregrino tem de tomar uma decisão. por isso os deuses costumam dormir e comer nas Encruzilhadas.
Onde as estradas se cruzam, se concentram grandes energias. O caminho que será escolhido, e o caminho que será abandonado.Ambos se transformam em um caminho só.È nas Encruzilhadas que grandes decisões são tomadas e muitas coisas mudam de rumo. Você pode dormir e descansar um pouco, até mesmo consultar os deuses que habitam as Encruzilhadas. Mas ninguém pode ficar ali para sempre: uma vez feita a escolha, é preciso seguir adiante, sem pensar no caminho que deixou de percorrer.Ou a Encruzilhada se transforma em maldição."

sábado, 28 de agosto de 2010

AVES E ALMAS

Aves e Almas

As metáforas, conforme certa vez definiu um poeta,são pontes poéticas que o amor constrói...e que fazem ligação entre coisas e conceitos.
As escrituras sagradas das diferentes tradições religiosas não raramente lançam mão de metáforas para tornar mais claro o entendimento das verdades do mundo espiritual.
Metáforas_ pontes poéticas que o Amor constrói e que fazem ligação entre coisas e conceitos.
E dentre as metáforas poéticas que os versos sagrados utilizam, uma das mais belas é uma passagem dos textos da Fé Bahá’í... que compara o corpo físico a uma gaiola, e o espírito a uma ave que nela habita.
“Imaginar que o espírito pereça ao morrer o corpo, é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se a gaiola.”
“Nosso corpo é apenas a gaiola, enquanto o espírito é o pássaro.Nada tem o pássaro que recear, porém com a destruição da gaiola.”
A morte física_ um mergulho no infinito, a hora de voar...
O suave vôo das aves é uma metáfora visual a nos sussurrar que a alma é livre das limitações impostas pela matéria.
Uma metáfora visual e poética que se revela aos que se dispõem a enxergar além do que os olhos podem.
Uma metáfora.
E ao deslizar pelo céu, as aves nos recordam dos nossos entes queridos que já partiram.
Todos os que deixaram para trás este mundo de provações e caminhadas,sonos e vigílias, noites e dias, esperanças...
E as aves nos recordam ainda que em breve também chegará a nossa hora de voar.
Da força das asas depende a altura a que se pode chegar.
O Corpo, frágil argila, sofre os efeitos do tempo.A Alma puro sopro, é eterna.
Aproveitar os nossos breves e incertos dias para alimentar a nossa alma com coisas boas.
Uma dieta espiritual farta de Amor e Bondade, Caridade, Pureza, Compaixão, Perdão e Justiça.Virtudes, Gratidão, Bem-Aventuranças.De modo que, quando a hora derradeira bater á nossa porta, possamos voar e com asas limpas e puras até as mais sublimes alturas.Portanto não há nada a temer e nem há nada que se perder...Estamos de passagem para crescer, aprender e evoluir e um dia nosso encontro será em algum lugar além do arco-íris, acima das chaminés

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Deus no mundo de hoje...

Se Deus tivesse vivido no mundo de hoje, ele estaria respondendo a recursos, apelos, rogatórias, precatórias, mandados de segurança, liminares e teria de explicar em inúmeras audiências sua decisão de expulsar Adão e Eva do Paraíso, apenas por transgredir uma lei arbitrária, sem nenhum fundamento jurídico: ”Não Comer o Fruto do Bem e do Mal.”.
Se ele não queria que isso acontecesse, porque colocou a tal árvore, no meio do jardim e não fora dos muros do Paraíso?
Os advogados de Adão e Eva acusariam Deus de: ”Omissão Administrativa”, porque além de colocar a árvore em local errado, não a cercou com avisos, barreiras, deixando de adotar os mínimos requisitos de segurança e expondo todos ao perigo. Também poderiam acusa-lo de indução ao crime: ”Ele chamou a atenção de Adão e Eva para o exato local onde se encontrava. Se não tivesse dito nada, gerações e gerações passariam por esta Terra sem que ninguém se interessasse pelo fruto proibido”.
Mas Deus não agira assim.Pelo contrário, escreveu a Lei e achou um jeito de convencer alguém a transgredi-la, só para inventar o castigo.Sabia que Adão e Eva terminariam entediados com tanta coisa perfeita e mais cedo ou mais tarde iriam testar sua paciência.Ficou ali esperando, talvez porque Ele o “Todo Poderoso” também estava entediado com as coisas funcionando perfeitamente.Se Eva não tivesse comido a maçã, o que teria acontecido de interessante nesses bilhões de anos?
Nada!
Quando a Lei foi violada, deus ainda simulara uma perseguição como se não conhecesse todos os esconderijos possíveis.
“Onde estás?” Perguntara Deus;
“Ouvi seu passo no Jardim tive medo e me escondi, porque estou nu”,
Respondera Adão, sem saber que a partir dessa afirmação, passava a ser réu confesso de um crime.

domingo, 25 de julho de 2010

O perdão!

O perdão não exige de modo algum que a gente confie naquele a quem perdoou. O perdão existe em primeiro lugar para aquele que perdoa, para liberá-lo de algo que vai destruí-lo, que vai acabar com sua alegria e capacidade de amar integral e abertamente. O perdão não cria relacionamento. Quando perdoamos alguém, libertamos essa pessoa do julgamento. Portanto perdoar, não significa voltar a se relacionar... Significa... Libertar e libertar-se, Todos somos filhos de Deus e todos são amados por ele de forma incondicional, portanto perdoar quer dizer também entregar essa pessoa á Deus e permitir que ele que é o Senhor de tudo o redima. Perdoar não significa esquecer, significa soltar a garganta da outra pessoa.Portanto perdoe....se você não pode ir até a pessoa

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Maravilhosoooooooooooo

(Texto na Revista do Jornal O Globo)

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes... Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M. A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'

Martha Medeiros - Jornalista e escritora

domingo, 11 de julho de 2010

A vida tem sons....

A vida tem sons que pra gente ouvir
Precisa entender que um amor de verdade
É feito canção, qualquer coisa assim,
Que tem seu começo, seu meio e seu fim

A vida tem sons que pra gente ouvir
Precisa aprender a começar de novo.
É como tocar o mesmo violão
E nele compor uma nova canção

Que fale de amor
Que faça chorar
Que toque mais forte
Esse meu coração

Ah! Coração!
Se apronta pra recomeçar.
Ah! Coração!
Esquece esse medo de amar de novo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Paixão ou Amor?????

Na paixão a doação é total, a dedicação é absoluta.Entra-se na relação com tudo, disposto a sair sem nada: é um milhão ou zero.No amor, busca-se a troca, o equilíbrio.Você entra com algo e espera sair com algo, é uma afetividade com empate. Na paixão você está sempre diante da pessoa da sua vida, ela não tem defeito, é perfeita....já no amor se conhece o outro com seus defeitos e qualidades, e essa aceitação que nos faz amar verdadeiramente, aceitando o outro como ele é e não como eu gostaria que ele fosse, ou como eu idealizei que ele seria.Paixão é bom, é ruim? Ninguém sabe...ela simplesmente acontece e ninguém é o mesmo depois do desvario de uma paixão..Vidas renascem com paixões.Outras viram cinzas por causa dela.Marx (Karl Marx, filosofo e economista alemão errou completamente.Não é a luta de classes que move a história, é a paixão.Paixão é a revolução a dois.E toda comunidade fica abalada. Foi assim com Romeu e Julieta,Tristão e Isolda.Não é de hoje que reinos se fazem e se refazem por causa da paixão. Paixão é alucinação amorosa, por isso é arma de dois gumes.E corta. E sangra. Se não sangrou, se não teve insônia, se não desesperou, paixão não era.Talvez fosse desejo, que o desejo é diferente. No desejo a gente quer o outro para possuir apenas, passageiramente. Na paixão, não. Na paixão, a gente quer se fundir com o outro para sempre.Existe diferença entre amor e paixão? Existe. No amor, claro que há luminosa coabitação.Mas o amor é também paciente construção. Já a paixão é arrebatamento puro e a voragem é tão grande que pode tudo se esgotar de repente.Quantas vezes se apaixona numa vida? Há gente que vive se inventando paixões para viver. E há gente que organiza toda sua vida em torno de uma única e consumidora paixão. Paixão é transgressão.A paixão tem cor. É roxa. E é vermelha. Pressupõe morte e ressurreição. Da paixão vivemos muito.
Da paixão morremos sempre.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

segunda-feira, 14 de junho de 2010

domingo, 13 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Furkapass!!!!!

Nove de julho de 1998, dez horas da noite, estávamos a 2436m de altura num pequeno vilarejo a caminho da Áustria, ainda na Suíça. Lá fora começava a escurecer e onde quer que se olhasse eram montanhas de gelo muito próximas. O frio era terrível, a temperatura lá fora devia estar por volta dos cinco ou seis graus. O hotel parecia ter saído de uma página de livros de histórias medievais e de terror. Estávamos no 3º andar do quarto nº 34. Não havia banheiro; somente no andar de baixo, os móveis eram do século passado; havia uma cômoda muito antiga com bacia e jarro de louça com água dentro. Estávamos viajando de Chamonix na França pela encosta das montanhas geladas e este era o lugar mais alto. A impressão que eu tinha é que dali a pouco, fantasmas acorrentados do século XV iam começar a caminhar pelo hotel. Estávamos ali por uma noite apenas, ainda bem! A solidão era terrível. Não havia nada, televisão nem telefone. A única coisa a fazer era ler ou pensar na vida. Ali devia ser um bom lugar para se refletir e para se conversar com Deus, ali se sentia ele muito perto, tão perto que achei que desta vez ele iria me escutar. Lá fora o vento começava a assobiar. Rezei para que tudo desse certo. Não sabia se iria conseguir tomar banho, tirar a roupa naquela temperatura era um ato de coragem e eu não sou tão corajosa assim.Não conseguia dormir, meu coração batia muito alto e mais forte, e eu podia escuta-lo no silêncio da noite.Começava a chover lá fora e a temperatura já estava a três graus e devia beirar durante á noite perto do zero graus. Furkapass é uma estação de apoio aos viajantes e ponto de partida dos alpinistas. É um lugar estranho, onde as pessoas se movimentam devagar por causa da altura, comem enlatados e carne de caça. Parece um sonho, um lugar que não existe, como se de repente tivéssemos atravessado as portas de outra dimensão e entrado num outro mundo, ou ainda como se tivéssemos chegado no fim dele, em sua última saída, é, se o mundo tiver um fim esse lugar só poderia ser aqui. Nada conseguia esquentar o quarto que mesmo com o aquecedor ligado ainda estava gelado. Tudo era frio, as cobertas, o toque em qualquer objeto fazia subir um calafrio terrível. E eu fiquei a pensar como devia ser viver todos os dias num lugar assim, absolutamente sem nada. Ao que parecia, o hotel fechava durante o inverno já que ficava impossível chegar até ali, até porque no inverno a neve fazia desaparecer tudo. Isso me fez lembrar um pouco do filme O Iluminado, e esse pensamento fez arrepiar todo meu cabelo, uma onda de medo atravessou meu corpo gelado. Tentei não pensar mais naquilo, tentei pensar em alguma coisa boa, mas o medo era maior. Escutei passos no corredor, por segundos parei de respirar para escutar melhor, eram vozes que se aproximavam da porta, mas se perdiam ao longo do corredor. Não conseguia entender o que diziam, mas percebi que eram apenas pessoas subindo para seus quartos nada mais. Foi uma longa noite, uma fria e interminável noite num país distante, num vilarejo perdido no tempo e no espaço. É como se tudo aquilo fosse um sonho, um sonho louco e sem sentido, como se de repente meu corpo mergulhasse num lugar desconhecido e tivesse medo de se perder para sempre. Aos poucos a temperatura do meu corpo começava a esquentar, mesmo assim não dava para se mexer, um simples movimento e tudo ficava frio novamente. Fiquei pensando no rapaz que nos atendeu na portaria, falava um dialeto incompreensível, foi difícil nos entendermos, sua aparência era extremamente feia, quando sorria deixava aparecer uma boca faltando vários dentes e os que lhe restavam eram pretos e podres, o que lhe dava um aspecto ainda mais assustador. Ele também parecia ter saído de um sonho ruim. Pensei: Se ele nos matar, ninguém jamais vai saber, ninguém sabe onde estamos e com certeza aqui ninguém vai achar para nos procurar. Seria um crime perfeito! Essa idéia me paralisou por alguns momentos. Tudo ali parecia irreal, havia em tudo uma beleza assombrada: ao mesmo tempo em que atraía, amedrontava. Fiquei horas sem me mexer, pelo frio e também pelo medo. Minha fantasia ia a mil, todo tipo de pensamento passava pela minha cabeça: desde os crimes mais bárbaros até as almas penadas e sofredoras a vagar, a chorar e a reclamar pelos seus pertences. Como se elas estivessem a dizer que aquele lugar não nos pertencia, que éramos intrusos e não nos queriam ali. De dentro do quarto eu podia ouvir as batidas do relógio do corredor, tinham um ritmo metódico e melancólico, eram badaladas tristes como se naquele lugar até o relógio reclamasse por alguma coisa. Eu não conseguia saber que horas poderiam ser e levantar para ver nem pensar. O que será que aquelas pessoas faziam ali? E aquele rapaz? Qual seria seu nome? Como seria sua vida? Teria esposa? Namorada? Mãe? Mãe com certeza, mas, namorada, esposa? Com aqueles dentes? E aquele aspecto sombrio? Não sei não! Seria ele o dono do hotel? Não, acho que era só um funcionário? E se ele enlouquecesse naquela noite? Justo naquela noite? Não, isso não iria acontecer! Os pensamentos iam e vinham sem lógica alguma, sem sentido e eu não conseguia chegar a nenhuma conclusão racional. De repente meu corpo estremeceu e foi como se eu estivesse caindo vertiginosamente num abismo, a sensação era de queda, alguém falava ao meu lado, mas eu não conseguia entender suas palavras, não conseguia enxergar seu rosto, sentia apenas que era alguém que eu conhecia. Parei! Um solavanco e a queda parecia chegar ao fim. Meu corpo, corpo? Ficou flutuando pelo espaço e eu conseguia visualizar o que estava acontecendo ao meu redor. Era uma sensação estranha, parecia um sonho, um sonho que estava acontecendo.O medo passou como que por encanto e eu comecei a passear pelo estranho hotel. Era mesmo estranho; em seus corredores havia cabeça de animais empalhados, objetos antigos, móveis do século passado, parecia mais um castelo da era medieval. O hotel tinha quatro andares, todos muito parecidos, havia muitos quartos e um banheiro em cada andar, apenas no 3º andar não havia banheiro. Dentro dos quartos a mobília era muito parecida também, e em todos eles os lençóis eram muito brancos e com bordados muito antigos.Os banheiros eram ainda mais esquisitos, uma parte deles conservava a parte antiga, contracenando com reformas atuais de pisos e azulejos, havia em seus boxes cortinas de um plástico simplesmente horrível. Havia uma sala com muitos quadros na parede, quadro de pessoas, de rostos para ser mais clara. Lembrava um museu! Era como se aqueles rostos pertencessem ao local, todos seus descendentes estavam ali estampados, deviam ser suas almas que vagavam á noite pelo hotel incomodados com os hóspedes que ali dormiam. Havia também muitos troféus, que deviam ser prêmios de caça, foi o que me pareceu. Meu corpo continuava a vagar pelos corredores do hotel e ele já não parecia tão assustador. De repente me vi do lado de fora, devia estar muito frio, pelo menos uns 4º graus abaixo de zero, mas meu corpo não sentia absolutamente nada e tudo era de uma beleza inacreditável. As montanhas de gelo estavam bem ao meu alcance e eu podia toca-las, eram as geleiras eternas que nem o verão europeu consegue derrete-las.
Àquela hora não havia alpinistas nas montanhas, devia ser muito tarde, madrugada acredito.Os abismos que nos rodeavam eram impressionantes, cair ali nunca mais, era morte na certa. Por todos os lados a natureza era assustadora e também de uma beleza inconcebível. Não sei ao certo por quanto tempo meu corpo vagou por aqueles lugares, talvez tempo suficiente para que eu me familiarizasse com tudo aquilo. A noite estava muito escura e não havia iluminação no local, apenas uma lâmpada muito fraca brilhava na porta de entrada do hotel, tornando-o ainda mais assustador. Ao lado do hotel havia um enorme galpão que me pareceu ser uma espécie de enfermaria, de primeiros socorros. Não vi uma só casa no local, um pouco mais abaixo perto da estrada vi uma pequena igreja, com um sino muito velho em sua torre. Aquilo parecia estar ali há séculos. Nada mais! Apenas a neve das montanhas iluminava aquilo tudo e a noite eram ainda mais brancas. Repentinamente uma voz familiar me trouxe de volta, era a Solange que me chamava para o café da manhã. Abri os olhos e fiquei um tempo ali em estado de torpor pensando no sonho que tivera, parecia tão real e eu já conhecia aquilo tudo sem ter ao menos saído do quarto, sabia cada lugar, cada detalhe, como se sempre estivera ali. Levantei, arrumei minhas coisas e comecei a descer os degraus devagar, quando olhei aquele rapaz estava ao meu lado pedindo através de gestos que fosse mais devagar. Assustei, ele parecia ainda mais estranho. Não consegui comer! Havia na sala de refeições uns quatro ou cinco alpinistas se preparando para subir as montanhas. Saí lá fora, o dia estava nublado, chovia uma chuva muito fina e as montanhas tinham desaparecido atrás da neblina. A torre da igreja se perdia na paisagem, o sino estava mudo como se há muito tempo não tocasse, não havia um só ruído, um único som, nada que aparentava vida se mexia. O lugar era silencioso e de total abandono. A sensação era como se tudo tivesse acabado, como se fossemos os únicos sobreviventes naquele fim de mundo. Como se nada mais houvesse. Um arrepio percorreu meu corpo da cabeça aos pés. Tive medo! Começamos a descer a encosta em direção da auto – estrada e á medida que descíamos o ar melhorava e o coração voltava a bater no ritmo certo. A paisagem começou a mudar, começaram a aparecer pequenas casas, flores, os vinhedos, uma escolinha e algumas crianças brincando em seu interior. Pensei naquele lugar durante todo o caminho, as geleiras foram ficando distantes á medida que a civilização foi aparecendo novamente e eu me senti mais protegida e segura. Continuamos a viagem, mas aquele lugar nunca saiu do meu pensamento e mesmo agora anos depois aquele sonho ainda é tão real quanto naquele dia. Ás vezes chego a pensar que aquele lugar na verdade nunca existiu que foi mesmo irreal, imaginário, que foi um sonho, porque Furkapass não existe em mapa algum, ninguém nunca ouviu falar, é um lugar sem cor, é mesmo um vilarejo perdido nas encostas das montanhas geladas, encravado nos morros, rodeado por abismos e mistérios. È um caminho estranho e solitário percorrido por viajantes que se perdem e ali encontram abrigo. Poderia ser um caminho que só as almas percorrem, perdidas e acorrentadas em sua própria solidão, um caminho de sonhos, um caminho pelo qual se passa uma única vez na vida, um sonho que também só se sonha uma vez e depois nem mesmo a certeza de tê-lo sonhado temos mais.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Furkapass

Realmente é uma viagem de emoções e com uma paisagem deslumbrante, é uma garganta que fica ali entre duas montanhas dos Alpes suiços.
Passando por Munster, subimos até Furkapass, a 2475m de altitude, onde fica o glaciar e a nascente do Rhône. A partir daí iniciámos a descida, por uma estrada tão deslumbrante como a da subida e, a pouco e pouco vamos encontrando já pequenas povoações, pastagens para gado, pequenos bosques, etc.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Oscar Claude Monet

Oscar-Claude Monet foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores impressionistas.
O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Monet, "Impressão, nascer do sol", quando de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy: "Impressão, nascer do Sol” – eu bem o sabia! Pensava eu, justamente, se estou impressionado é porque há lá uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha." . A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, sabendo da revolução que estavam iniciando na pintura.
Em 1872 ele Monet pintou Impressão, nascer do sol (Impression: Soleil Levant (atualmente no Museu Marmottan de Paris), uma paisagem do Havre, exibida na primeira exposição impressionista de 1874. O quadro deu origem ao nome usado para definir o movimento impressionista.Em 1899, Monet pintou em Giverny a famosas série de quadros chamadas "Nenúfares". Em sua propriedade em Giverny, Monet tinha um lago e uma pequena ponte japonesa que inspirou a série de nenúfares. Estas obras quando foram expostas fizeram grande sucesso. Era o reconhecimento tardio de um gênio da pintura.
Monet ao pintar Nenúfares se baseou no lago e a ponte japonesa de sua própria casa, no outono, porque era nessa época do ano em que as flores caiam sobre o lago criando uma linda visão na qual Monet resolveu pintar. A técnica de Monet para pintar quadros era bastante peculiar para as pessoas e outros artistas que o viam pintando, mas a técnica de Monet desenvolvida na época foi considerada mais tarde como umas das belas do mundo, que é o impressionismo, que aparenta ser de perto apenas borrões mas ao distanciar a visão, o quadro se forma nitidamente.Monet teve uma catarata no fim da sua vida. A doença o atacou por causa das muitas horas com seus olhos expostos ao sol, pois gostava de pintar ao ar livre em diferentes horários do dia e em várias épocas do ano, o que foi outra característica do Impressionismo. Durante sua doença Monet não parou de pintar, - usou nessa época de sua vida cores mais fortes como o vermelho-carne e vermelho goiaba, cor tijolo, entre outros vermelhos e cores mais fortes.Monet morreu em 1926 e está enterrado no Cemitério da Igreja de Giverny, Eure, na Haute-Normandia.

Conheça algumas das obras de Monet

sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Semente!

A semente não pode saber o que lhe vai acontecer, a semente jamais conheceu a flor. E a semente não pode nem mesmo acreditar que traga em si a potencialidade para transformar-se em uma bela flor. Longa é a jornada, e sempre será mais seguro não entrar nessa jornada, porque o percurso é desconhecido, e nada é garantido. Nada pode ser garantido. Mil e uma são as incertezas da jornada, muitos são os imprevistos -- e a semente sente-se em segurança, escondida no interior de um caroço resistente. Ainda assim ela arrisca, esforça-se; desfaz-se da carapaça dura que é a sua segurança, e começa a mover-se. A luta começa no mesmo momento: a batalha com o solo, com as pedras, com a rocha. A semente era muito resistente, mas a plantinha será muito, muito delicada, e os perigos serão muitos. Não havia perigo para a semente, a semente poderia ter sobrevivido por milênios, mas para a plantinha os perigos são muitos. O brotinho lança-se, porém, ao desconhecido, em direção ao sol, em direção à fonte de luz, sem saber para onde, sem saber por quê. Enorme é a cruz a ser carregada, mas a semente está tomada por um sonho, e segue em frente. Semelhante é o caminho para o homem. É árduo. Muita coragem será necessária.

Ás vezes enfrentamos o desafio das rochas, das pedras em nosso caminho, para aflorar à luz do dia. Quando nos defrontamos com uma situação muito difícil, há sempre uma escolha: podemos ficar repletos de ressentimentos e tentar encontrar alguém ou alguma coisa em que pôr a culpa pelas nossas dificuldades, ou podemos enfrentar o desafio e crescer.A flor nos mostra o caminho, na medida em que a sua paixão pela vida a conduz para fora da escuridão, para o mundo da luz. Não há nenhum sentido em se lutar contra os desafios da vida, ou tentar evitá-los ou negá-los. Eles estão aí, e se a semente deve transformar-se na flor, precisamos passar por eles.

sábado, 24 de abril de 2010

Cartola e Candeia

Preciso Me Encontrar

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir prá não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Coração Vagabundo....

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher...

Que passou por meus sonhos
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim!
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim!

Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança
Não é só a lembrança
De um vulto feliz de mulher...

Que passou por meus sonhos
Sem dizer adeus
E fez dos olhos meus
Um chorar mais sem fim
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim!
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim!

Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim!
Meu coração vagabundo
Quer guardar o mundo
Em mim!

domingo, 18 de abril de 2010

Dar não é fazer Amor!

Dar é dar.
Fazer amor é lindo,
é sublime,
é encantador,
é esplêndido,
mas dar é bom pra cacete.

Dar é aquela coisa
que alguém te puxa os cabelos da nuca,
te chama de nomes que eu não escreveria,
não te vira com delicadeza,
não sente vergonha de ritmos animais.

Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.

Dar sem querer casar,
sem querer apresentar pra mãe,
sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.

Dar porque
o cara te esquenta a coluna vertebral,
te amolece o gingado, te molha o instinto.

Dar porque
a vida de uma publicitária em começo de carreira
é estressante, e dar relaxa.

Dar porque
se você não der para ele hoje,
vai dar amanhã, ou depois de amanhã.

Dar sem esperar ouvir promessas,
sem esperar ouvir carinhos,
sem esperar ouvir futuro.

Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazia.

Dar é não ganhar.
É não ganhar
um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro
quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar,
para apresentar pra mãe,
pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
“Que cê acha amor?".

Dar é inevitável,
dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda,
muito mais do que qualquer coisa,
uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa,
cura o mau humor,
ameniza todas as crises e faz você flutuar
o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.

Se você for chata, suas amigas perdoam.
Se você for brava, suas amigas perdoam.
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Mas... experimente ser amada.”“.

Autoria de Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Marisa Monte

Quando vem rompendo o dia
eu me levanto, começo logo a cantar
Esta doce melodia que me faz lembrar
Daquelas lindas noites de luar,
eu tinha um alguém sempre a me esperar
Desde o dia em que ela foi embora
eu guardo esta canção na memória
Desde o dia em que ela foi embora
eu guardo esta canção na memória

Laiá laiá lalaiá, laiá laiá lalaiá
Laiá laiá, lalaiá lalaiá, lalaiá laiá

Eu tinha esperança que um dia ela voltasse
para a minha companhia
Deus deu resignação
ao meu pobre coração
Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência
Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência.

Quando vem...
Quando vem rompendo o dia
eu me levanto, começo logo a cantar
Esta doce melodia que me faz lembrar
Daquelas lindas noites de luar,
eu tinha um alguém sempre a me esperar
Desde o dia em que ela foi embora
eu guardo esta canção na memória
Desde o dia em que ela foi embora
eu guardo esta canção na memória.

Laiá laiá lalaiá, laiá laiá lalaiá
Laiá laiá, lalaiá lalaiá, lalaiá laiá

Eu tinha esperança que um dia ela voltasse
para a minha companhia
Deus deu resignação
ao meu pobre coração
Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência
Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência.

Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência.
Laiá laiá lalaiá, laiá laiá lalaiá
Laiá laiá, lalaiá lalaiá, lalaiá laiá
Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência.
Laiá laiá lalaiá, laiá laiá lalaiá
Laiá laiá, lalaiá lalaiá, lalaiá laiá
Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência.
Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência.
Laiá laiá lalaiá, laiá laiá lalaiá
Laiá laiá, lalaiá lalaiá, lalaiá laia
Não suporto mais tua ausência,
já pedi a Deus paciência.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A Eterna Clara Nunes

Conto De Areia


É água no mar, é maré cheia ô
mareia ô, mareia
É água no mar...
Contam que toda tristeza
Que tem na Bahia
Nasceu de uns olhos morenos
Molhados de mar.
Não sei se é conto de areia
Ou se é fantasia
Que a luz da candeia alumia
Pra gente contar.
Um dia morena enfeitada
De rosas e rendas
Abriu seu sorriso moça
E pediu pra dançar.
A noite emprestou as estrelas
Bordadas de prata
E às águas de Amaralina
Eram gotas de luar.
Era um peito só
Cheio de promessa era só
Era um peito só cheio de promessa (2x)
Quem foi que mandou
O seu amor
Se fazer de canoeiro
O vento que rola das palmas
Arrasta o veleiro
E leva pro meio das águas
de Iemanjá
E o mestre valente vagueia
Olhando pra areia sem poder chegar
Adeus, amor
Adeus, meu amor
Não me espera
Porque eu já vou me embora
Pro reino que esconde os tesouros
De minha senhora
Desfia colares de conchas
Pra vida passar
E deixa de olhar pros veleiros
Adeus meu amor eu não vou mais voltar
Foi beira mar, foi beira mar que chamou
Foi beira mar ê, foi beira (2x)

domingo, 28 de março de 2010

Poema Annabel Lee

Esse é o poema que eternizou a amada de Allan Poe

Annabel Lee

Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor -
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.

Biografia de Edgar Allan Poe

Edgar Allan Poe nasceu em Boston, no dia 19 de Janeiro de 1809. Seu avô David Poe participou da Guerra da Independência, e seu pai (também chamado David Poe) apaixonou-se pela atriz inglesa Elisabeth Arnold, casando-se com ela. Edgar Allan Poe teve dois irmãos e seus pais faleceram pouco tempo depois do nascimento de Rosalie, a filha mais nova do casal. Porém, não ficaram desamparados e foram adotados pelo rico casal John Allan e Frances Keeling Allan.

Poe estudou em Londres na Stoke-Newington; algum tempo depois continuou seus estudos de volta a Richmond, na Universidade Charlotteville. Allan Poe, apesar de muito inteligente era também muito genioso, e isto lhe valeu a expulsão desta universidade.

Edgar Allan Poe era um jovem aventureiro, romântico, orgulhoso e idealista. Continuou seus estudos em Virgínia, mas também foi expulso por não se enquadrar nos padrões comportamentais daquela época. Na verdade, Allan Poe era um boêmio que vivia no luxo, se entregando à bebida, ao jogo e às mulheres. Mais tarde, foi para a Grécia e ingressou no exército lutando contra os turcos.

Porém, suas ambições militares não vingaram, e perdeu-se nos Balcans chegando até a Rússia, sendo repatriado pelo cônsul americano. De volta a América, descobre que sua mãe adotiva havia falecido.

Logo após, alista-se num Batalhão de artilharia e matricula-se na Academia Militar de West Point. Mas com o lançamento de uma compilação de poesias em 1831, desliga-se da Academia e corta relações com seu pai adotivo, devido ao casamento com outra mulher, o que teria deixado Poe muito contrariado.

Aos 22 anos, vivendo na miséria, publica Poemas. Já em Baltimore procura pelo irmão Willian e assiste a morte dele. Allan Poe passa a viver com uma tia muito pobre e viúva com duas filhas. Durante dois anos vive em miséria profunda. Mas vence dois concursos de poesias e o editor Thomaz White entrega-lhe a direção do "Southern Literary Messenger".

Em 1833 lança Uma aventura sem paralelo de um certo Hans Pfaal. Dirige a revista por dois anos. Allan Poe gozava de uma certa reputação com leitores assíduos. Depois de sua vida estabilizada, aos 27 anos casa-se com sua prima de 13 anos, Virgínia Clemn. No ano de 1838 trabalha na Button’s Gentleman Magazine na companhia de sua esposa. O casal vivera na Filadélfia, Nova York e Fordham. Em 1847, sofre com a morte de sua esposa vitimada pela tuberculose.

Em 1849, Allan Poe lança O Corvo. Eureka e Romance Cosmogônico lhe atribuem a fama necessária para provocar a censura da imprensa e da sociedade. Desiludido, volta para Richmore e depois vai para Nova York e entrega-se à bebida. Antes de seguir para a Filadélfia, resolve encontrar-se com velhos amigos. Na manhã seguinte, Poe é encontrado por um amigo em estado de profundo desespero, largado numa taberna sórdida, de onde o transportaram imediatamente para um hospital. Estava inconsciente e moribundo. Ali permaneceu, delirando e chamando repetidamente por um misterioso "Reynolds", até morrer, na manhã do domingo seguinte, aos 39 anos e deixando uma vasta obra em sua vida de sacrifícios e desordem. Era 7 de outubro de 1849, e os Estados Unidos perdiam um de seus maiores escritores. Até hoje não se sabe ao certo o que tenha acontecido naquela noite. Teria o autor, sido vítima da loucura que em tantos contos narrou? Muitos afirmam que tenha sido vítima de uma quadrilha que o envenenou, mas o mais certo é que tenha tido uma overdose de ópio.

Poe escreveu novelas, contos e poemas, exercendo larga influência em autores fundamentais como Baudelaire, Maupassant e Dostoievski. Mas admite-se que seu maior talento era em escrever contos. Escreveu contos de horror ou "gótico" e contos analíticos, policiais. Os contos de horror apresentam invariavelmente personagens doentias, obsessivas, fascinadas pela morte, vocacionadas para o crime, dominadas por maldições hereditárias, seres que oscilam entre a lucidez e a loucura, vivendo numa espécie de transe, como espectros assustadores de um terrível pesadelo. Entre os contos, destacam-se O gato preto, Ligéia, Coração denunciador, A queda da casa de Usher, O poço e o pêndulo, Berenice e O barril de amontillado. Os contos analíticos, de raciocínio ou policiais, entre os quais figuram os antológicos Assassinato de Maria Roget, Os crimes da Rua Morgue e A carta roubada, ao contrário dos contos de horror, primam pela lógica rigorosa e pela dedução intelectual que permitem o desvendamento de crimes misteriosos.

Em seus contos, Poe se concentrava no terror psicológico, vindo do interior de seus personagens ao contrário dos demais autores que se concentravam no terror externo, no terror visual se valendo apenas de aspectos ambientais.

Geralmente, os personagens sofriam de um terror avassalador, fruto de suas próprias fobias e pesadelos, que quase sempre eram um retrato do próprio autor, que sempre teve sua vida regida por um cruel e terrível destino. Nenhum de seus contos é narrado em terceira pessoa, desse modo, vê-se como realmente é sempre "ele" que vê, que sente, que ouve e que vive o mais profundo e escandente terror. São relatos em que o delírio do personagem se mistura de tal maneira à realidade que não se consegue mais diferenciar se o perigo é concreto ou se trata apenas de ilusões produzidas por uma mente atormentada.

Em quase todos os contos, sempre há um mergulho, em certas profundezas da alma humana, em certos estados mórbidos da mente, em recônditos desvãos do subconsciente. Por esses aspectos a psicanálise lança-se ao estudo da obra de Poe, já que a mesma possui uma grande leva de exemplos que ilustram suas demonstrações. Independentemente desse aspecto, sua obra é lembrada pelo talento narrativo impressionante e impressivo, pela força criadora monumental e pela realização artística invejável, fazendo com que Edgar Allan Poe seja considerado um dos maiores autores de contos de terror.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Em algum lugar do arco-íris

Citado por Pedro Bial no dia 24, domingo numa das eliminações do BBB:

Em algum lugar além do arco-íris
Bem lá encima
Tem uma terra, que eu ouvi falar uma vez
Numa canção de ninar
Em algum lugar além do arco-íris
O céu é azul
E os sonhos que você ousa sonhar
Se realizam mesmo.
Um dia eu vou pedir a uma estrela
E acordar onde as nuvens estão distantes atrás de mim...
Onde problemas têm gosto de bala de limão
Acima das chaminés
É onde você irá me encontrar
Em algum lugar
Além do arco-íris
Pássaros azuis voam
Pássaros voam além do arco-íris
Então por que eu não posso?
Se todos aqueles pequenos pássaros azuis voam
Além do arco-íris
Por que, oh, porque... não posso?

Cuidado Meninas!

Nem tudo que parece é....

"A última bolacha do pacote costuma estar mofada..."

"O rei da cocada faz propaganda mas, vende cocada azeda..."

"O último picolé do verão costuma estar amarrotado, quebrado e com a data de validade vencida..."

Beijinhos...

domingo, 21 de março de 2010

Vinícius de Moraes

“De manhã escureço
De dia tardo
De tarde amanheço
De noite ardo
A oeste a morte conta a quem vivo
Do sul cativo
Oeste é meu norte
Outros que contem passo por passo
Ando onde há espaço
Meu tempo é quando."

sábado, 20 de março de 2010

Fernando Pessoa

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos
caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” ·

sexta-feira, 19 de março de 2010

Somente po Amor

“Que nome se dá a essa falta, esse vazio nostálgico, dolorido e bom que invade a alma e toma conta do momento?
Essa viagem que fazemos sem malas e documentos e que nos leva e nos trás, cheios de amor e de não sei o que?
A saudade é uma prova, um certificado carimbado e assinado embaixo de que não estamos inteiramente sós e nem vazios. As pessoas vêm e vão e ficam assim se prolongando em nós, existindo pela eternidade do nosso caminho. E amanhã ou depois, quando tudo o que sobrar em nós forem pedaços do passado, teremos esse coração rico em histórias que nos farão rir sozinhos e nos sentir vivos.
Aprendemos assim que sentir saudade é respirar o amor que plantaram em nós. E viver depois repletos desse amor para a vida toda.
Só por amor construímos nossa vida...
Só por amor escolhemos o nosso destino...

Portanto entrega tuas mágoas ao teu sonho e sai por aí amando tua vida com felicidade.
Abre as portas da tua vida e deixa o amor entrar e fazer bagunça no teu coração.
Entra no jogo e vive, pois não há alternativa mais sensata do que se abrir para o mundo, livre, intenso, sem medo de lágrimas, pelo prazer de ter uma vida.

Olha o caminho que te espera...
Abre teu coração, pois que o amor anda por aí, zanzando, cercando-te, doidinho para pousar no teu caminho.
Mas, por amor, não se espera recompensas,
Planta o teu verso sem, esperar a rima alheia.
Planta teu jardim, mesmo que ainda não tenhas vaso.
Não me interessa o P, da pontuação máxima,que importa marcar uma ou duas opções em um teste qualquer, qual é o mérito meu camarada de entrar em lugares proibidos,de passar por onde não se pode passar, de questionar qualquer padrão ou regra?o que o mundo precisa nesse momento é de amor, amor mesmo, aquele amor verdadeiro, incondicional, sabe porque? milhares de pessoas morreram vitimas dos mais terríveis acidentes e morrem todos os dias assassinadas, pela falta de amor.O amor não questiona, não se pergunta, não se explica, não há funcionamento para ele.Quando milhares de seres humanos estão nesse momento internados, mutilados, sem casa, família, sem esperanças; quando milhares de crianças, perderam seus pais, suas casas, seus documentos, não sabem nem quem são,não sabem seus nomes? quando temos que ver isso e quase tão pouco ou nada a fazer de que nos interessa o P da percepçao?Precisamos, de Amor.

Semeia teus grãos, antes que a fome apareça.
Tu és o dono e o condutor da tua vida.

A vida_ este espaço de tempo entre o choro dos que chegam e o choro dos que ficam...
Tu é quem deves decidir sobre tua vida.

E que tu decidas por Amor!
Pois só o Amor vale á pena!”

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Encontro

"E então vai ser assim:
Num dia não combinado,
num lugar não escolhido,
mas que um lugar florido,
finalmente vou te encontrar...

Você,
já um tanto cansado
de haver procurado.

Eu,
já muito cansada
por jamais ter sido amada.

E então vai ser assim,
Como nunca a Lua vai brilhar,
a noite terá muitas estrelas
e
juntos vamos tê-las
vivendo enfim
um grande amor.

Eu, rebuscando em mim forças
para viver o amor sonhado.

Você,
derrubando os muros do medo
para ser feliz ao meu lado.

E então vai ser assim
que vai ter fim
a minha,
a sua,
solidão.

E então vai ser assim
uma noite,
uma vida,
um amanhecer sem despedida,
um amor que não terá mais fim."

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Estácio é o meu amor....

Sambódromo 2010

Carnaval 2010

Pois bem, o Carnaval acabou e só agora parece que o ano realmente começou.E eu fico aqui pensando de onde vem essa minha paixão pelo carnaval, pelo samba, pela música e pela dança?Deve ser algo genético, depois cultural, ou sei lá, qualquer coisa parecida.Mas carnaval é assim...ou você gosta ou não gosta e se não gosta não adianta nem tentar.È paixão, e paixão não tem expicação.Como se explica o amor? porque se gosta desse e não se gosta daquele?Mas é assim...ou tudo na minha vida é assim...eu gosto, ou eu não gosto...e quando gosto não escondo que gosto, ao contrário quero mostrar que gosto, porque o gostar é transparente em mim, não tenho problemas em não querer mostrar que gosto, em ter medo de não gostar...aprendi que ou se mergulha ou se bóia...gosto de mergulhar, conhecer a profundidade das águas, o gosto dela, seu cheiro.Tudo na vida são as escolhas que fazemos, são elas que nos mostram nossos caminhos, depende de nós escolher isso ou aquilo.Escolher ser feliz,ou se esconder,escolher ir atrás daquilo que acreditamos ou escolher o que já conhecemos por medo de arriscar.Mas a vida não é um arriscar constante?O que é ser feliz? Somos felizes aos pares, ou podemos estar sozinhos e ainda assim sermos felizes? Não sei...ou acho que sei...os dois estão valendo, só depende da escolha que fizermos.Sou feliz,amo minha família, meus amigos, meu trabalho,minha casa...não me estresso com bobagens...quem quer gostar de mim, terá sempre meu carinho e meu afeto, quem não quiser terá sempre meu respeito.E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...

E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

Viver e não ter a vergonha de ser feliz...cantar e cantar...a beleza de ser um eterno aprendiz....

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Amor!

AMOR
AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER;
É FERIDA QUE DÓI E NÃO SENTE;
É UM CONTENTAMENTO DESCONSTENTE;
É DOR QUE DESATINA SEM DOER;
É UM QUERER MAIS QUE BEM QUERER;
É SOLITÁRIO ANDAR POR ENTRE A GENTE.
É NUNCA CONTENTAR-SE DE CONTENTE;
É CUIDAR QUE SE GANHA EM SE PERDER;
É QUERER ESTAR PRESO POR VONTADE;
É SERVIR A QUEM NOS MATA LEALDADE, MAS COMO CAUSAR PODE AO SEU FAVOR NOS CORAÇÕES HUMANOS AMIZADE,
SE TÃO CONTRÁRIO A SI É O MESMO,
AMOR?
Luis de Camões.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Encontros e Despedidas

Encontros e Despedidas

Nas artes, como nos ciclos da vida, muitos fatos se repetem; só diferenciam no modo como se expressam.Um dos mais recorrentes é o mito do eterno retorno. Atualiza a ancestral parábola do Filho Pródigo e confirma o desígnio de que voltar é a alegria de quem tentou, a despeito da angústia dos que ficaram. Como nascer e morrer, escrevemos com a caligrafia do tempo o incessante ir e vir, companhia e solidão.Algumas canções e poesias cantam e declamam lindamente esse tema.Na melodia de Tom Jobim, Vinícius roga a seu desalento que interceda na separação: “Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser.Diz-lhe numa prece que ela regresse, porque eu não posso mais sofrer” (Chega de Saudade) Noutra canção desesperada o poeta implora: “Volta, vem viver outra vez ao meu lado, não consigo dormir sem teu braço, pois meu corpo está acostumado” (Volta). “Eu sei que vou chorar a cada ausência sua eu vou chorar,mas cada volta sua há de apagar o que essa ausência tua me causou.Em cada despedida eu vou te amar desesperadamente eu sei que vou te amar” (Vinícius).”Mais uma vez você vai, leva um pedaço de mim, mais uma vez vou ficar te esperando aqui” (Zezé de Camargo).
Quem parte leva saudade de alguém que fica chorando de dor, por isso não quero lembrar quando partiu meu grande amor...
E uma alma feminina irrompe em aflição e ternura: “Vou voltar haja o que houver vou voltar...vou chegar a qualquer hora ao meu lugar, e se outra pretendia te roubar, dispensa essa vadia, eu vou voltar” (Palavra de Mulher),Chico Buarque.Em cada canto, a quimera de um retorno. Em “Encontros e Despedidas”,Milton e Fernando Brant meditam que “Chegar e partir são só dois lados da mesma viagem. O trem que chega é o mesmo trem da partida. A hora do encontro é também da despedida. E a plataforma dessa estação é a vida deste meu lugar...é a vida”. Ir e vir....chegar e partir...chorar e sorrir. Melhor fosse que ninguém partira e precisasse retornar. E se consumaria a exortação emotiva de Chico:Fica, meu amor, quem sabe um dia, por descuido ou poesia, você goste de ficar!”Mas, qual o quê, o ir-se é a definitiva lei da vida; voltar, um intento preso a essa lei, por retalhos de ilusões e sonhadas maravilhas.
Beijo
Ana

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"Ora em Silêncio e confia em Deus,
esperando pela Divina Providência,
porque Deus tem estradas, onde o mundo
não tem caminhos."
Chico Xavier
"Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma,
Será que não deixa as noventa e nove no campo
Para ir atrás da que se perdeu,
até encontrá-la?"
Lucas:15,4

domingo, 31 de janeiro de 2010

sábado, 30 de janeiro de 2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Madre Teresa de Calcutá

" Ama-me por Amor somente” ·

Ama-me por amor somente.
Não digas: "Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente
minh'alma em comunhão constantemente
com a sua".

Porque pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade
de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade.

Madre Teresa de Calcutá

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

domingo, 17 de janeiro de 2010

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

domingo, 10 de janeiro de 2010

A Alma

A ALMA

...E O DEUS DOS DEUSES SEPAROU DE SI MESMO UMA ALMA E A DOTOU DE BELEZA.
E DEU-LHE A SUAVIDADE DA BRISA MATINAL E O PERFUME DAS FLORES DO CAMPO E A DOÇURA DO LUAR.
E ENTREGOU-LHE A TAÇA DA ALEGRIA, DIZENDO-LHE: "SÓ PODERÁS BEBER DESTA TAÇA SE ESQUECERES O PASSADO E NÃO TE PREOCUPARES COM O FUTURO." E ENTREGOU-LHE A TAÇA DA TRISTEZA, DIZENDO: “BEBE DELA, E COMPREENDERÁS A ESSÊNCIA DA ALEGRIA DA VIDA."
E SOPROU NELA UM AMOR QUE A ABANDONARIA AO PRIMEIRO SUSPIRO DE SACIEDADE, E UMA MEIGUICE QUE A ABANDONARIA A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DE ORGULHO.
E FEZ DESCER SOBRE ELA, DO CÉU, UM INSTINTO QUE LHE REVELARIA OS CAMINHOS DA VERDADE.
E DEPOSITOU NAS SUAS PROFUNDEZAS UMA VISÃO QUE VÊ, O QUE NÃO SE VÊ.
E CRIOU NELA SENTIMENTOS QUE DESLIZAM COM AS SOMBRAS E CAMINHAM COM OS FANTASMAS.
E VESTIU-A DE UM VESTIDO DE PAIXÃO QUE OS ANJOS TECERAM COM AS ONDULAÇÕES DO ARCO-ÍRIS.
E COLOCOU NELA AS TREVAS DA DÚVIDA, QUE SÃO AS SOMBRAS DA LUZ.
E TOMOU FOGO DA FORJA DO ÓDIO, E VENTOS DO DESERTO DA IGNORÂNCIA, E AREIA DO MAR DO EGOÍSMO, E TERRA PISADA PELOS PÉS DOS SÉCULOS E AMASSOU TODOS ESSES ELEMENTOS E FEZ O HOMEM.
E DEU-LHE UMA FORÇA CEGA QUE SE INFLAMA NAS HORAS DE LOUCURA E DESVANECE DIANTE DAS TENTAÇÕES.
DEPOIS, DEPOSITOU NELE A VIDA, QUE É O REFLEXO DA MORTE.
E SORRIU O DEUS DOS DEUSES, E CHOROU, E SENTIU UM AMOR INCOMENSURÁVEL E INFINITO E UNIU O HOMEM Á ALMA.

GIBRAN KHALIL GIBRAN

ANINHA